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Notícias: Fórum MPHP - Aqui Você tem a palavra! Procure controlar sua ideologia, tanto quanto isto for possível.
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2:02:08:18:47:04
Aíla
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Oi
Há um tópico no Plano de Discussões, da Lista Jesus Histórico, que propõe o debate sobre "Paulo de Tarso e a mensagem de Jesus: como Paulo amplia e divulga esta mensagem".
Talvez fosse bom tratarmos disto aqui. Vi que um dos participantes tem razão quando diz que os estudos sobre Paulo estão mais alicerçados nas Escrituras Cristãs. Talvez pudéssemos tentar considerar Paulo através de outros ângulos e não dos mesmos que já foram considerados.
Pretendo também postar uma explicação sobre um versículo da Carta aos Colossenses que me foi proposto aqui.
Alguém se interessaria por um tópico sobre Paulo. Foi Paulo um  "myth-maker"? Alguém já leu a obra de Hyam Maccoby, The Mythmaker: Paul and the Invention of Christianity?
Aíla
« Última modificação: 21:02:08:17:41:54 por administrador » Registrado

"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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8:02:08:00:06:49
Gildemar
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Oi Aíla,

Como um pobre leigo, tudo o que sei sobre Hyam Maccoby e suas teorias sobre Paulo e o Jesus Histórico foi obtida na Wikipedia (http://en.wikipedia.org/wiki/Hyam_Maccoby.

A partir desse conhecimento superficial, me parece que Hyam Maccoby se fundamenta na idéia tradicional e exagerada do monergismo radical, que tem origem na Reforma Protestante e na controvérsia entre Agostinho e Pelágio, de que Paulo ensinava que em Cristo a Lei é nulificada, e que Paulo era um ferrenho opositor do judaísmo e suas práticas.

Um leitor mais próximo de Paulo sabe que essa idéia é equivocada e preconceituosa.

Prefiro a "Nova Perspectiva sobre Paulo" de E. P. Sanders, a qual conectou a pregação de Paulo com a do Cantar do Monte, que seria, em última análise, a pregação do Jesus Histórico, o qual era, conforme o próprio Sanders, um representante de seu povo, um judeu em sua essência, que amava a Lei e os profetas, de onde nem um YOD ou um traço cairia sem que tudo se cumprisse.

Coincidentemente, esse entendimento do Jesus Histórico, pelo que li na Wikipedia, era também adotado por Maccoby e, assim, se pode dizer que o equívoco se deveu à sua interpretação superficial de Paulo.

Um grande abraço,
Gildemar
« Última modificação: 8:02:08:00:09:36 por Gildemar » Registrado
 

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8:02:08:02:01:39
Aíla
Jr. Member

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Oi Sr Gildemar, tudo bom?
Obrigada por ter respondido. Agora podemos começar a conversa.
Eu também acho pouco viável que Paulo tenha se distanciado do judaísmo. Vou usar umas passagens da bíblia, mas a estou tomando como literatura, visto que não há textos antigos sobre Paulo fora dos escritos do Novo Testamento. Nessas passagens Paulo define a si mesmo como judeu e membro do grupo dos fariseus:

At 23,6:  Varões, irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus!
At 26,4-5: Quanto à minha vida, desde a mocidade, como decorreu desde o princípio entre o meu povo e em Jerusalém, todos os judeus a conhecem;  pois, na verdade, eu era conhecido deles desde o princípio, se assim o quiserem testemunhar, porque vivi fariseu conforme a seita mais severa da nossa religião. 
Fl 3,5:circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu.

Mesmo no texto de At 26,5 o verbo "viver" (grego záo) está no aoristo, tempo narrativo e não algo acabado no passado. Isso significa que, mesmo depois de estar participando da comunidade dos seguidores de Jesus, Paulo ainda se diz judeu e fariseu. Isso mostra que Paulo nem criou e nem se considerava dentro de outra religião, mas que o seguimento de Jesus era ainda entendido como um modo de viver o judaísmo. Se foi assim, Paulo não estava pensando em fundar outra religião.

Vou passar alguns trechos da obra de Hyam Maccoby, The Mythmaker: Paul and the Invention of Christianity, para a gente comentar.

Abraços
Aíla
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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8:02:08:12:02:49
Aíla
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Oi gente

A primeira coisa que Hyam Maccoby vai tentar mostrar é que Paulo não consegue convencer ninguém de que era fariseu. Para isso Maccoby cita um texto de uma das cartas de Paulo:
Romanos 7,1-6 Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a Lei), que a Lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida? Ora, a mulher casada está ligada pela Lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da Lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se a outro homem; porém, se morrer o marido, ela estará livre da Lei e não será adúltera se contrair novas núpcias. Assim, meus irmãos, também vós morrestes em relação à Lei, por meio do corpo de Cristo (*), para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus. Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela Lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte.  Agora, porém, libertados da Lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.

Para Maccoby, na passagem acima Paulo está muito confuso. Paulo estava tentando comparar a ab-rogação da Lei e o advento da Nova Aliança (o Cristianismo) com um segundo matrimônio contraído por uma viúva. Mas ele é incapaz de dizer com clareza a que corresponde a esposa e a que corresponde o marido antigo e o novo marido, no texto acima.

Paulo nos fala sobre uma esposa que é liberada, por causa da morte do marido, para casar-se com um novo marido. Parece que a correspondência pretendida é a seguinte: a esposa é a Igreja; o marido anterior é a Lei e o novo marido é Cristo. Isso nos levaria à conclusão de que a Igreja está liberada, pela morte da Lei, para casar com Cristo. Mas, em vez disso, é a esposa-igreja que morre ("Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à Lei, por meio do corpo de Cristo). Outra confusão está na idéia de que o novo marido, Cristo, morreu. Mas a pior de todas é que o único termo na comparação que não é mencionado como tendo morrido é a Lei.

Por outro lado, também está presente na passagem de Romanos que uma pessoa se torna livre das obrigações legais depois da própria morte. Contudo, Paulo não diz que é o marido morto que está livre das obrigações, mas a esposa viva. Paulo ainda fala sobre a viúva e o novo marido que são livres para casar um com o outro, mas diz também que o novo marido (= Cristo) e a esposa (=Igreja) estão mortos.

Assim, para Maccoby, o que temos aqui é um caso de alguém que está tentando construir uma analogia legal e falhando miseravelmente por causa da incapacidade para pensar de maneira lógica. E tal pessoa pretende ser um fariseu, um perito da Lei. Essa passagem de Romanos provaria que Paulo não foi um fariseu.

Maccoby conclui que Paulo está tentando parecer um fariseu experimentado. Ele anuncia de um modo um pouco portentoso que aquilo que vai dizer só será entendido por quem tiver  "conhecimento da Lei", e pretende exibir perícias legais. Como os romanos (destinatários) não conheciam a Lei então Paulo passa por perito no assunto.

O que o Paulo está dizendo, de um modo geral, é que a morte dissolve vínculos legais. Então, a morte de Jesus e a morte simbólica dos membros da Igreja identificados com Jesus, os libera dos laços da antiga aliança. Este tema geral está bastante claro, mas quando Paulo tenta trabalhar um tipo de argumento legal ou parábola, baseada na lei do casamento e recasamento é que ele se enrola todo. Assim ele não convence que tenha sido um fariseu experimentado, se o tivesse sido teria se baseado na lógica concisa dos rabinos; em vez do estilo retórico do oradores helenistas do Estoicismo popular, como foi demonstrado no exemplo.

E aí Sr Gildemar? Quer opinar sobre o texto de Maccoby? Eu percebo várias falhas na argumentação do autor, não de Paulo. E o Sr o que diz do texto de Romanos? Por que Maccoby não citou os demais versículos desse capítulo 7?

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Notas
(*) corpo de Cristo = Igreja

Abraços
Aíla
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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9:02:08:03:16:31
Gildemar
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Oi Aíla,

E aí Sr Gildemar? Quer opinar sobre o texto de Maccoby?

Com certeza. Vamos lá. Com introdução, desenvolvimento e conclusão.

Eu percebo várias falhas na argumentação do autor, não de Paulo. E o Sr o que diz do texto de Romanos? Por que Maccoby não citou os demais versículos desse capítulo 7?

Nossa parece pergunta de prova. É um teste? Assim fico intimidado.

Na verdade minha intriga não é só com os esquecimento dos os demais versículos, mas também com os versículos do capítulo anterior que preparam a abertura do capítulo 7, citada por ele, os quais devem ser interpretados dentro do propósito geral de Paulo com a carta aos romanos, considerando seu público alvo, que Maccoby identificou como os romanos, seguindo o óbvio, mas que eu prefiro identificar como os crentes de Roma, que é uma coisa muito diferente.

Ainda ontem, instigado pela sua proposição inicial, li um artigo interessante que fala desse propósito geral de Paulo com a carta aos romanos, justamente na "The Paul Page" (www.thepaulpage.com), dedicada à "Nova Perspectiva sobre Paulo". O artigo era "The 'Righteousness' of Romans and Galatians, and the Gospel of Christ", de Edward L. Hamilton (ver http://www.thepaulpage.com/Righteousness.html).

Lá, na sessão "The Alternative of the New Perspective", depois de falar das alternativas da teologia tradicional, em especial protestante, o autor afirma que o propósito geral de Paulo com a carta aos romanos seria defender a justiça de Deus diante da acusação de que Deus teria aparentemente mudado as regras do jogo da salvação depois da morte e ressurreição de Cristo e para isso, seria necessário que Paulo casasse o discurso de que as regras não mudaram, a Lei continuava a ser justa, santa e boa como padrão da justiça do homem.

E é aí que entra os exemplos de Abraão, antes do advento da Lei, e Davi, após o advento (capítulo 4 da carta aos romanos), para demonstrar que a justiça de Deus permanece a mesma sempre, nunca muda, e ainda permanece a mesma, mesmo depois de Cristo, sendo ela, a Lei, como um padrão de justiça, que aponta o erro, sendo porém inalcançável ao homem natural, segundo a carne (Cantar do Monte), a não ser quando entra em ação a fé, a confiança do crente na misericórdia de Deus para perdoar e em sua graça para imputar-lhe justiça.

Assim, como disse Jesus, o mais importante da Lei, da TORAH, é a justiça, a misericórdia e a fé (Mateus 23:23).

Toda a exposição de Paulo na carta aos romanos, portanto, orbitaria em torno desse propósito geral: no capítulo 1 Deus se deu a conhecer, assim como a sua vontade para o homem, por isso a impiedade e a injustiça, seja do gentio ou do judeu, são inescusáveis, não há como negar a culpa e/ou a consciência dela; no capítulo 2, o justo é sempre justo, conhecendo ou não a Lei, e com Lei ou sem Lei, gentio ou judeu, o homem, em seu coração, conhece a justiça de Deus, assim Deus não faz acepção de pessoas; no capítulo 3, não há nenhum justo, todos pecaram, e estão sujeitos à ira de Deus, mas Deus proveu ele mesmo um caminho de redenção, pela fé no sangue de Cristo, demonstrando sua justiça pela remissão dos pecados antes cometidos, e portanto, já não há como o homem se gloriar, visto que se ele é justo, o é porque foi por Deus justificado gratuitamente; no capítulo 4 os exemplos de Abraão e Davi que pela fé, alcançaram justiça por causa da graça de Deus que gratuitamente os justificou, lhes imputou justiça; etc; etc.

A coisa continua assim, sempre girando em torno da apresentação e defesa da justiça de Deus, e uma releitura da carta aos romanos com essa nova perspectiva com certeza confere ao leitor um entendimento muito mais límpido da mensagem de Paulo e de seus intricados argumentos, que parecem não deixar passar nem um detalhe na busca de seu propósito geral, e de outros específicos como a edificação do fé de seus leitores.

Em suma, em Romanos, Paulo apenas prega o Evangelho em total conexão com o Jesus Histórico, o mesmo expresso no Cantar do Monte (Mateus 5-7), "nem um YOD passará (...), se vossa justiça não exceder (...)", e/ou nas lamentações de Jesus (Mateus 23), "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas (...)", textos que são contados pelos principais eruditos da pesquisa do Jesus Histórico entre os mais antigos do NT, pois parecem remeter diretamente à pregação querigmática de Jesus de Nazaré.

Será que forcei muito a barra? Quem sabe?

Mas vamos voltar a Maccoby e sua tentativa de desmascarar Paulo.

A primeira coisa que Hyam Maccoby vai tentar mostrar é que Paulo não consegue convencer ninguém de que era fariseu.

Na verdade, me parece que toda a argumentação de Maccoby depende dessa demonstração, até porque se Paulo foi tudo aquilo que ele próprio disse que foi, no capítulo 1 de sua carta aos gálatas, nos capítulos 9 e 11 de sua carta aos romanos e no capítulo 3 de sua carta aos filipenses, e nos Atos, que você citou na sua mensagem anterior a esta que eu respondo, toda a tese dele fica no vazio.

Para isso Maccoby cita um texto de uma das cartas de Paulo:
Romanos 7,1-6 Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a Lei), que a Lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida? (...) Assim, meus irmãos, também vós morrestes em relação à Lei, por meio do corpo de Cristo (*) (...).
(...)
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Notas
(*) corpo de Cristo = Igreja


Antes porém uma ressalva a sua nota, eliminando as polêmicas do que seria o cânon paulino, Paulo usa somente três vezes o termo "corpo de Cristo", uma é esta na carta aos romanos, as outras duas estão na primeira carta aos coríntios, uma para dizer que o pão da ceia é a comunhão do 'corpo de Cristo' e outra para dizer que os crentes organizados como igreja, cada um cumprindo uma função específica e complementar à dos demais, são o 'corpo de Cristo'.

Há ainda uma quarta oportunidade, na carta aos efésios, que a maioria dos eruditos afirma não ser de Paulo, na qual Paulo teria usado o termo 'corpo de Cristo', neste ele fala que Cristo desceu, subiu aos céus, e concedeu dons aos homens, para aperfeiçoamento dos santos para a obra do serviço, para edificação do 'corpo de Cristo'.

E é claro que entender a Igreja, ou seja o conjunto dos crentes, de todos os lugares e épocas, como o corpo espiritual de Cristo, manifesto ou representado na terra, é certamente o correto, mas esse entendimento não me parece ser adequado especificamente para o termo "corpo de Cristo" na carta aos romanos.

Mas deixemos isso pra lá, por enquanto, e voltemos ao tema da thread.

A primeira coisa que Hyam Maccoby vai tentar mostrar é que Paulo não consegue convencer ninguém de que era fariseu. Para isso Maccoby cita um texto de uma das cartas de Paulo: Romanos 7,1-6 (...).

Para Maccoby, na passagem acima Paulo está muito confuso. Paulo estava tentando comparar a ab-rogação da Lei e o advento da Nova Aliança (o Cristianismo) com um segundo matrimônio contraído por uma viúva.


Segundo a interpretação da "Nova Perspectiva em Paulo", em especial o exposto acima, a demonstração de Maccoby já falha logo em seu começo.

Começou mal Maccoby.

Nessa linha de interpretação, da "Nova Perspectiva", Paulo nunca advoga em momento algum essa tal "ab-rogação da Lei".

Mesmo fora dessa linha da "Nova Perspectiva", mesmo a partir de uma leitura superficial da carta aos romanos, se pode perceber que Paulo nunca advoga, nem pode pode advogar, essa tal "ab-rogação da Lei".

Basta ler o verso 3:31, "Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei". Ou o verso 7:7, o próximo após do trecho que Maccoby cita, "Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum". E mais, os versos 7:12, 14, 16, "E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom. (...) Porque bem sabemos que a lei é espiritual (...) e (...) consinto com a lei, que é boa".

Deve ser por isso que Maccoby preferiu desprezar o resto do capítulo 7, ele não contribuía de forma alguma com seu argumento que já começou errando ao dizer que Paulo falava de uma tal "ab-rogação da Lei".

Mas ele é incapaz de dizer com clareza a que corresponde a esposa e a que corresponde o marido antigo e o novo marido, no texto acima.

Paulo nos fala sobre uma esposa que é liberada, por causa da morte do marido, para casar-se com um novo marido. Parece que a correspondência pretendida é a seguinte: a esposa é a Igreja; o marido anterior é a Lei e o novo marido é Cristo. Isso nos levaria à conclusão de que a Igreja está liberada, pela morte da Lei, para casar com Cristo.


Bem, talvez Paulo não tenha de fato dito com clareza quem seria a esposa, o marido e o novo marido.

Mas sua falta de clareza não decorre de incapacidade, pelo contrário, decorre do esforço em transmitir uma mensagem a pessoas que nunca viveram sob a lei, os cristãos gentios não prosélitos, ao mesmo tempo que fala aos inúmeros judeus e prosélitos cristãos que compunham a igreja de Roma (ver capítulo 16 ou aguardar o desenvolvimento de nossa resposta), conhecedores da Lei, aqueles a quem ele se referiu no primeiro verso citado por Maccoby.

E ao final da leitura do capítulo 7, fica claro como Maccoby pode também inferir, mesmo sem querer, talvez, que a esposa é, de forma individual, o crente, aquele que crê, e, de forma corporativa, a Igreja, e que o novo marido é Cristo, a justiça, a qualidade de ser justo, ou melhor a justificação, em Cristo.

Justificação é a imputação da justiça, a conversão, a transformação, do crente em justo no padrão justo de Deus pelo cumprimento espiritual de toda a Lei, expressão em escrito desse padrão de justiça.

Resta o problema do marido antigo.

Seria a Lei, a TORAH, como disse Maccoby? Vou mostrar que não.

No entanto isso fica para a próxima mensagem, visto que essa já está quase excedendo o número máximo de 20.000 caracteres.

Portanto, até já.

Um grande abraço,
Gildemar

P.S.: As modificações foram para rever erros de digitação e frases mal construídas. O teor é o mesmo.
« Última modificação: 11:02:08:18:50:53 por Gildemar » Registrado
 

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Gildemar
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Oi Aíla,

Prosseguindo, na mensagem anterior, terminamos declarando que demonstraríamos que Maccoby errara ao associar o antigo marido à Lei, com "L" maiúsculo, à TORAH.

Mas se afirmamos que o antigo marido não é a Lei, com "L" maiúsculo, à TORAH, então quem é?

Bem, o capítulo 7 não está desconectado do anterior, pelo contrário, é uma continuação e invoca conceitos ali apresentados anteriormente.

O capítulo 6, começa informando que o crente, batizado em Jesus Cristo, foi batizado na morte de Cristo (v.3), teve seu passado, seu velho homem, crucificado com ele (v.6), e ao mesmo tempo, da mesma forma que morreu com Cristo, também deve crer que com ele vive (v.8°), da mesma forma que foi plantado com ele na semelhança de sua morte, também será na da sua ressurreição (v.5) e da mesma forma que pelo batismo na morte foi sepultado com ele, Cristo, também deve andar em novidade de vida (v.4). Assim, o crente, morto, está justificado do pecado (v.7), a morte já não tem domínio sobre ele (v.9), de uma vez morreu para o pecado, e ressuscitado, vive para Deus (v. 10). Paulo, então, determina: Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor (v. 11).

Eis aí, claramente, para quem quer entender, para quem tem ouvidos para ouvir: (i) a esposa é "vós", os destinatários da carta, os crentes de Roma, talvez todos os crentes; (ii) o novo marido é "Deus em Cristo Jesus nosso Senhor"; (iii) e o antigo marido é o pecado.

Em seguida Paulo instiga os crentes de Roma a viverem livres do jugo do pecado, antigo marido e senhor, para quem eles morreram; e a viverem para Deus em justiça, não mais servos do pecado, mas feitos servos da justiça.

Aqui vai um parênteses antes de prosseguirmos.

Paulo, no verso 6:14, escreveu: "não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça".

O leitor descuidado e ávido por entender que Paulo pretendeu nulificar a lei ou declarar que o crente não deve qualquer obediência, logo indica esse verso como demonstração de sua tese, no entanto, ele se esquece dos versos em seguida, assim como Maccoby fez questão de fazer no capítulo 7.

Nos versos em seguida Paulo começa com uma pergunta: "Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça?" (v.15).

Ele mesmo responde: "De modo nenhum" (ainda no mesmo verso).

E prossegue: "Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação. Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor" (vs. 16-23).

E é interessante que no final, de novo o velho marido é comparado com o marido novo, enquanto aquele paga a servidão da esposa com a morte, este lhe paga com a vida eterna gratuitamente.

Portanto Maccoby cometeu seu segundo erro, o marido antigo não é a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH dos judeus, expressão da vontade de Deus para seu povo.

O segundo marido é o pecado.

Mas, em vez disso, é a esposa-igreja que morre ("Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à Lei, por meio do corpo de Cristo). Outra confusão está na idéia de que o novo marido, Cristo, morreu. Mas a pior de todas é que o único termo na comparação que não é mencionado como tendo morrido é a Lei.

O erro de Maccoby em considerar que o marido é a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH, se alastra e afeta seu entendimento dos versos posteriores que citou, 4 ao 6, com o conveniente esquecimento dos versos em seguida, 7 e demais.

E de fato, em uma análise descuidada, parece que esse é realmente o entendimento correto. O verso 4 diz: "Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo". E o verso 6 diz: "Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos, para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra" (grifo meu).

Bem, aqui, Aíla, o texto na forma como foi citado por você, adota o "L" maiúsculo na palavra Lei em todos os momentos. Mas como nós dois sabemos e é fato, o texto grego, salvo raros manuscritos tardios, nunca adota letras capitais onde hodiernamente costumamos usar. Ou é tudo em caracteres menores ou é tudo em caracteres superiores.

Não sei se Maccoby adotou esse estratagema do "L" maiúsculo, imagino que sim, gostaria que você confirmasse, pois não li o livro e me parece que nem vale o esforço.

Se usou, com ou sem intenção, ele induziu seus leitores ao erro, enquanto buscava reforçar seu frágil argumento.

Mas agora, deixemos esse estratagema de lado e avaliemos os termos que destaquei sabendo que a forma como o texto de Paulo foi preservado não traz letras capitais em nenhum momento, nem para designar nomes próprios, nem para designar nenhum substantivo, nem THEOS, nem CHRISTOS, nem também NOMOS, nosso foco nesse momento, a palavra grega que normalmente traduzimos como "lei" ou "a Lei", a TORAH.

O que quero questionar é se os termos "lei" nos versos 4 e 6 realmente identificam a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH, ou se identificam uma outra lei qualquer.

E, se propomos esse último caso, é claro, nos vemos de novo obrigados a mostrar que de fato é exatamente como propomos, bem como identificar qual seria essa outra lei.

Voltemos a analogia de Paulo do crente em Cristo com a mulher que fica viúva, que segundo Maccoby falha "miseravelmente por causa da incapacidade (de Paulo) para pensar de maneira lógica".

Nela Paulo escreveu: "Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei" (v.2a).

Aqui, não discordo que "a lei" é a Lei, com "L" maiúsculo", a TORAH, pois, de fato, é a Lei, a TORAH, que liga a esposa ao marido e vice-versa.

Prosseguindo Paulo escreveu: "mas, morto o marido, está livre da lei do marido" (v.2b, grifo meu).

Aqui está claro, óbvio, que "a lei do marido" não é a Lei, com L maiúsculo, a TORAH, é outra lei, espcífica, diferente, "a lei do marido", da qual, a viúva fica livre, no entanto essa mesma viúva, "livre da lei do marido", permanece sujeita à Lei, à TORAH, posto que pertence ao povo do pacto, ainda que, por causa do atual estado de viuvez, esteja, como disse Paulo, "livre da lei do marido".

Prossigamos com o texto de Paulo: "De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido. Mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido" (v.3, grifo meu).

Aqui vemos Paulo afirmar que a viúva está livre da lei, mas sem explicitar dessa vez, que essa lei da qual a viúva está livre é apenas a "lei do marido" e não a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH, da qual, ela não pode estar livre enquanto viver, visto que, como o próprio Paulo afirma no verso 1, qualquer homem, qualquer ser humano, ANTROPOS, do sexo masculino ou feminino, está sob o domínio da Lei, dessa vez sim, com "L" maiúsculo", da TORAH.

Portanto, quer seja no verso 2, onde está claro que a viúva está livre apenas da lei do marido, quer seja no verso 3, onde afirma que a viúva está livre da lei, que a viúva não pode estar livre, enquanto viva, da Lei, com "L" maiúsculo, da TORAH.

Assim, a lei da qual a viúva está livre é sempre, em qualquer caso, somente "a lei do marido". Nunca é a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH.

Perdão por ser repetitivo, talvez até "ad nauseam", meu objetivo é apenas ser bem didático, pois é um ponto cujo o entendimento não é trivial.

É por causa desses pontos que na carta de Pedro está escrito sobre os escritos de Paulo, onde há pontos de difícil entendimento, os quais os indoutos distorcem, como parece ter feito nosso querido e falecido Maccoby, que, na sua dificuldade de entendimento, julgou Paulo um farsante incapaz de "pensar de maneira lógica".

E, dessa forma, a partir da própria analogia de Paulo, fica claro que a lei, para qual os crentes de Roma morreram pelo corpo de Cristo (v. 4), e da qual os crentes de Roma estavam libertados (v. 6), não pode ser a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH, necessariamente, tem que ser outra.

E aqui, antes de prosseguir e identificar qual é essa outra lei, abro um parênteses e volto a sua nota, Aíla. No verso 4, "corpo de Cristo", não é a Igreja, é o corpo natural do Cristo Histórico que foi crucificado e morreu, com o qual o crente se identifica pelo batismo. É só conferir a abertura do capítulo 6. Está tudo conectado. E daí é que eles, os crentes de Roma, estavam mortos para lei, que não é a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH, é outra, pelo corpo de Cristo, o corpo natural, que foi crucificado e morreu e não pela Igreja, como sugeriu sua nota.

E me perdoa pela correção, apenas achei que talvez possa ter alguma utilidade.

Voltando: Se a lei para o qual os crentes de Roma estavam mortos pelo corpo de Cristo, da qual estavam libertados, não pode ser a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH, então qual é essa lei então?

Ora, partir da analogia, é "a lei do marido", do antigo marido.

E quem é esse antigo marido?

Como já demonstramos acima, ao invocar o capítulo anterior, o capítulo 6, que preparava terreno para o trecho usado por Maccoby, o marido antigo é o pecado.

Assim, a lei para qual morreram os crentes de Roma pelo corpo de Cristo e da qual estavam livres é "a lei do pecado".

Alguém poderia dizer: "Você está inventando".

Examinemos então o resto do capítulo 7, do qual Maccoby retirou os seis primeiros versos para tentar mostrar a falsidade de Paulo, preferindo, contudo, esquecer convenientemente os versos posteriores.

A partir do verso 7, Paulo passa a exaltar a Lei, com "L" maiúsculo", a TORAH, mostra que ela de forma nenhuma se confunde com o pecado, e em seguida declara que a Lei, a TORAH, é boa, que o mandamento é santo, justo e bom, mas que é ela que revela a malignidade excessiva do pecado (vs. 7-13).

Em seguida, do verso 14 até o final ele, se identificando com os crentes de Roma, confessa sua impotência pessoal em fazer o bem que está na Lei, na TORAH, enquanto se sujeita como escravo do pecado que habita nele.

E, nos versos finais, Paulo arrematou: "Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus, mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado" (versos 22 a 25).

E mais, na abertura do capítulo 8, Paulo escreveu: "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte" (versos 1 e 2, grifo meu).

Sublime fechamento.

Maccoby, em sua frágil argumentação, já contabilizou três erros:

a) diferente do que ele disse, Paulo não advoga uma tal "ab-rogação da Lei", com "L" maiúsculo, da TORAH;

b) o marido antigo é o pecado e não a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH; e

c) a lei para a qual os crentes de Roma, destinatários da carta de Paulo em tela, estavam mortos pelo corpo de Cristo, da qual estavam libertados, não é a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH, é a lei do pecado mencionada no final do mesmo capítulo 7 cuja abertura Maccoby citou, da qual Paulo declara, na abertura do capítulo seguinte, o capítulo 8, que ele mesmo, pessoalmente, estava livre.

Acho que não precisaria de mais nada.

Mas há os outros pontos e uma espécie de repetição final que, de novo, fica para a próxima mensagem, para evitar o limite de 20.000 caracteres.

Mais uma vez, até já.

Um grande abraço,
Gildemar

P.S.: As modificações foram para rever erros de digitação e frases mal construídas. O teor é o mesmo.
« Última modificação: 11:02:08:20:32:32 por Gildemar » Registrado
 

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Gildemar
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Oi Aíla,

Por fim, fechando as duas mensagens anteriores, depois de mostrar três falhas graves na tentativa de Maccoby em demonstrar que Paulo era um farsante que aproveitou-se da ignorância de seu público alvo em relação ao judaísmo para se passar por um eminente fariseu dissidente e aderente à fé cristã, vamos avaliar os tópicos adicionais de sua mensagem, dessa vez um pouco mais rápido, visto que o fundamental já foi demonstrado.

As três graves falhas de Maccoby em sua tentativa foram:

a) diferente do que ele disse logo no início de sua argumentação, Paulo não advoga uma tal "ab-rogação da Lei", com "L" maiúsculo, da TORAH, pelo contraio ele exalta a Lei, afirma que ela é estabelecida pela fé do crente, que seu mandamento é santo, justo e bom, e que ela em sua bondade, explicita a maldade do pecado;

b) o marido antigo é o pecado e não a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH; e

c) a lei para a qual os crentes de Roma, destinatários da carta de Paulo em tela, estavam mortos pelo corpo de Cristo, da qual estavam libertados, não é a Lei, com "L" maiúsculo, a TORAH, é a lei do pecado mencionada no final do mesmo capítulo 7 cuja abertura Maccoby citou, da qual, Paulo também declara, na abertura do capítulo seguinte, o capítulo 8, que ele mesmo, pessoalmente, estava livre.

Essas três falhas quase anulam a proposição de que Paulo era, ele próprio, um indouto na Lei incapaz de construir um argumento conciso como os rabinos de seu tempo, e indicam que Maccoby ou deliberadamente decidiu deixar de fora o restante do texto da carta que citou porque complicavam seu desenvolvimento, ou que ele, influenciado por preconceitos, não conseguiu enxergar a fragilidade de sua argumentação.

Continuemos agora com os demais pontos indicados na sua mensagem.

Por outro lado, também está presente na passagem de Romanos que uma pessoa se torna livre das obrigações legais depois da própria morte.

Certamente. Mas enquanto vivo está sempre sujeito àquele que o sujeitou, ou àquele a quem deliberadamente se sujeita.

Assim, uma vez que o crente, morto para o pecado, está livre das obrigações legais da lei do pecado, ele, vivo para Deus, está sujeito, deliberadamente às obrigações legais para com a Lei de Deus.

Contudo, Paulo não diz que é o marido morto que está livre das obrigações, mas a esposa viva.

Certamente. Ela está livre das obrigações da lei do marido morto.

Paulo ainda fala sobre a viúva e o novo marido que são livres para casar um com o outro, mas diz também que o novo marido (= Cristo) e a esposa (=Igreja) estão mortos.

Certamente. Mas, enquanto mortos para o pecado e para o mundo, estão vivos um para o outro, e na perspectiva destes, que estão vivos, mas do outro lado, é o marido antigo, o pecado, quem está morto, de cuja a lei, a esposa morta e agora viva do outro lado, está livre, como Paulo, que se declarou livre da lei do pecado (aos romanos 8:2).

Assim, para Maccoby, o que temos aqui é um caso de alguém que está tentando construir uma analogia legal e falhando miseravelmente por causa da incapacidade para pensar de maneira lógica.

Como se pode ver, não há falhas na analogia legal de Paulo.

Há falhas apenas no entendimento de Maccoby.

E tal pessoa pretende ser um fariseu, um perito da Lei. Essa passagem de Romanos provaria que Paulo não foi um fariseu.

A passagem mostra um entendimento profundo da Lei por Paulo. E mais ainda, mostra que Paulo possuía um entendimento da Lei conforme a tradição dos fariseus, que criam na ressurreição dos mortos.

Maccoby conclui que Paulo está tentando parecer um fariseu experimentado. Ele anuncia de um modo um pouco portentoso que aquilo que vai dizer só será entendido por quem tiver  "conhecimento da Lei", e pretende exibir perícias legais. Como os romanos (destinatários) não conheciam a Lei então Paulo passa por perito no assunto.

Aqui Maccoby comete sua quarta falha.

Os destinatários não eram os romanos, em geral, mas os cristãos de Roma, grupo que incluía, como afirmei na primeira mensagem da série: (a) pessoas que nunca viveram sob a lei, os cristãos gentios não prosélitos; (b) prosélitos cristãos certamente iniciados na Lei; e (c) judeus cristãos da dispersão, conhecedores da Lei, aqueles a quem Paulo se referiu no primeiro verso citado por Maccoby.

Isso fica claramente demonstrado que se lê o capítulo 16 e se identifica alguns de Roma a quem Paulo faz questão de saudar. Entre entes estão: (a) Priscila e a Áquila, casal de judeus, ele natural do Ponto; (b) Andrônico e Júnias, casal de parentes de Paulo, eminentes entre os apóstolo e mais antigos na fé cristã que o próprio Paulo, judeus; (c) Herodião, também parente de Paulo, judeu com provável parentesco entre os herodianos de Jerusalém.

Assim, contabiliza-se mais uma falha de Maccoby, entre os cristãos de Roma, destinatários da carta de Paulo, com certeza havia judeu instruídos na Lei.

O que o Paulo está dizendo, de um modo geral, é que a morte dissolve vínculos legais.

Certamente. Pelo menos os vínculos existentes com a1queles que não morreram.

Então, a morte de Jesus e a morte simbólica dos membros da Igreja identificados com Jesus, os libera dos laços da antiga aliança.

Certamente. Da antiga aliança com o pecado e não com a Lei e os liga à nova aliança com a justiça em Cristo Jesus.

Este tema geral está bastante claro, mas quando Paulo tenta trabalhar um tipo de argumento legal ou parábola, baseada na lei do casamento e recasamento é que ele se enrola todo.

Quem se enrolou todo foi o Maccoby. Leu superficialmente, desprezou a totalidade do texto onde estava inserido o texto que ele avocou. E, partir de uma série de equívocos, proferiu um julgamento completamente falho sobre a pessoa de Paulo.

Assim ele não convence que tenha sido um fariseu experimentado, se o tivesse sido teria se baseado na lógica concisa dos rabinos; em vez do estilo retórico do oradores helenistas do Estoicismo popular, como foi demonstrado no exemplo.

Paulo não somente demonstra seu profundo conhecimento da Lei, como também demonstra alinhamento com sua herança farisaica ao se basear no conceito da ressurreição, bem como com a pregação do Jesus Histórico, ao situar a excelência da Lei diante impotência do homem, escravizado pelo pecado, cuja malignidade excessiva é justamente exposta pela própria Lei, e ao fazer memória da justiça, da fé, da misericórdia e da graça de Deus, os conceitos mais importantes da Lei, as quais foram manifestas à humanidade no advento do Cristo, identificado com Jesus de Nazaré, morto na cruz e ressurreto.

O estilo de Paulo, também demonstra seu esforço e sua capacidade em se comunicar com seu público alvo em toda sua diversidade, diferente dos rabinos de seu tempo que escreviam para serem lidos apenas por outros rabinos e, por isso, podiam ser concisos.

É isso.

Aguardo suas considerações.

Um grande abraço,
Gildemar
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Olá Aíla e Gildemar

Interessante a discussão, vou ler com atenção para poder participar. O que sei de Hyam Maccoby eu li na Internet tendo inclusive citado nos artigos 2000 Anos ..., os quais retirei do ar.

No momento, estou bastante envolvido nisto, pois resolvi escrever um livro sobre Tiago "O Justo", mas é coisa para daqui há dois anos estou ainda na pesquisa e investindo muito em livros e referências.
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Aíla
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Oi Sr Mário
Puxa vida Sr Gildemar, o Sr pegou pesado né... Rolar os Olhos
Eu vou ler com calma tudo que foi postado e depois retomarei alguns pontos  Indeciso
Abraços
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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Oi Sr Mário e demais
Sr Gildemar desculpe-me pela demora, mas preferi ler e refletir com calma sobre suas últimas postagens.  O bom desse fórum, entre outras coisas é que não somos atropelados por mensagens de cunho mais relacionado aos sentimentos pró ou contra Paulo e sim temos essa tranquilidade para estudar, um verdadeiro ambiente virtual de estudos. Consultei também os links que o Sr indicou.

Eu também penso que as posições de Maccoby (tivesse ele consciência ou não disto) se fundamentam no monergismo radical derivado da Reforma. Acontce que na polêmica entre a teologia católica e a teologia protestante, Paulo foi transformado no primeiro "protestante", um protótipo de Lutero. E Tiago foi transformado no protótipo do Papa.
Paulo teria sido um "franco atirador" que não se submete a ninguém e que, percebendo a caduquice da Torah e do sistema  judaico, teria fundado uma outra religião (Paulo = Lutero). Obviamente estou me referindo a tudo isso de modo simplista. O Sr é um teólogo protestante, por favor entenda bem as minhas palavras. Sabemos que Lutero não foi bem compreendido, nem mesmo pelos que apoiaram sua causa.

Eu penso que o pesquisador tem que estar consciente dssas coisas que subjazem à pesquisa para não se deixar influenciar por elas e, assim, fazer um estudo mais científico. Não estamos aqui para ser papagaios. Temos nossos próprios neurônios e devemos usá-los.

Pelo que já pesquisei nas Cartas de Paulo, ele não combate a Torah, como Jesus histórico também não o fez, mas combate uma interpretação legalista da Torah. Por isso, eu o convido a pararmos um pouco o estudo sobre a obra de Maccoby e nos deter por alguns dias sobre as Cartas atribuídas a Paulo e fazer, aos seus textos, as seguintes perguntas:

- Paulo era judeu?
- Paulo era fariseu?

Sei que para um verdadeiro rabino o mais importante não é a Lei, mas o princípio, o espírito, que gera a Lei. Por isso, os rabinos sempre a discutem e a interpretam.

Penso que a atitude de Maccoby não foi a de um bom pesquisador porque:

- ele tirou uma porção do texto e a separou de seu contexto narrativo.
- ele não se adentrou ao método rabínico de fazer halachá. Obviamente o exemplo da viúva, em relação ao antigo e ao novo marido, é um mashal popular, cujo objetivo é chocar o ouvinte/leitor e provocar nele a reflexão. (como o demonstrei no tópico sobre Mc 9,42, confira aqui).
Não é com uma leitura tão superficial, como a que foi feita por Maccoby, que se tem acesso à profundidade do significado desse método rabínico de argumentação. Como o Sr bem explicou no seu post, o marido antigo é o pecado, a esposa é o crente/igreja e o novo marido é a justiça/Cristo. Esse tipo de associação não é uma coisa tão óbvia como a moral das fábulas gregas. Para se descobrir essa associação é necessário um conhecimento dos procedimentos rabínicos de argumentação.

Espero que o Sr tope a minha proposta de descobrirmos nas Cartas ditas Paulinas se ele era judeu e se era fariseu.

Abraços
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Gildemar
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Oi Dra Aíla,

Sr Gildemar desculpe-me pela demora, mas preferi ler e refletir com calma sobre suas últimas postagens.

Não tem porque se desculpar, como vc disse realmente peguei pesado e já fui logo estraçalhando tudo como um leão, como quem quer por fim de uma vez só.

O bom desse fórum, entre outras coisas é que não somos atropelados por mensagens de cunho mais relacionado aos sentimentos pró ou contra Paulo e sim temos essa tranquilidade para estudar, um verdadeiro ambiente virtual de estudos.

Graças a Deus estamos livres disso, pelo menos por enquanto.

Consultei também os links que o Sr indicou.

Eu também penso que as posições de Maccoby (tivesse ele consciência ou não disto) se fundamentam no monergismo radical derivado da Reforma.


Com certeza.

Acontce que na polêmica entre a teologia católica e a teologia protestante, Paulo foi transformado no primeiro "protestante", um protótipo de Lutero. E Tiago foi transformado no protótipo do Papa.
Paulo teria sido um "franco atirador" que não se submete a ninguém e que, percebendo a caduquice da Torah e do sistema  judaico, teria fundado uma outra religião (Paulo = Lutero). Obviamente estou me referindo a tudo isso de modo simplista.


Eu diria que você se refere aos preconceitos construídos em torno da figura de Paulo.

O Sr é um teólogo protestante, por favor entenda bem as minhas palavras.

Bem, eu não tenho diploma em teologia, nem frequentei nenhum curso de bacharelado, por isso acho que não sou teólogo, embora seja pastor, mas esse título me foi dado em uma igreja evangélica, não denominacional, mesmo assim, pastor auxiliar, sem as prerrogativas dos pastores reconhecidos nos conselhos, de reconhecimento em outras igrejas, de reconhecimento conforme a legislação em hospitais e etc, pelo menos por enquanto, e esse título me foi dado apenas por dedicar uma parte significativa do meu tempo a minha igreja, à igreja da qual faço parte, que não se pode dizer que seja protestante, como os batistas, os presibiterianos, os metodistas, estes sim mais comprometidos com Reforma Protestante, nós não somos assim comprometidos, gostamos de Lutero, de Calvino, respeitamos eles, mas não nos privamos de avaliar a contribuição deles para a fé cristã de forma crítica, e por fim, embora considere os escritos de Paulo palavra de Deus, também tento colocar isso em perspectiva, e avaliar também de forma crítica, como um pesquisador, pois tenho formação de engenheiro e pesquisar faz parte dessa formação, bem como avaliar tudo de forma crítica, ainda que deposite certa dose de confiança em procedimentos que já deram certo antes.

E entendo bem suas palavras, como já disse, você se refere aos preconceitos em relação a Paulo e seus escritos e a como certas paixões prejudicam uma visão objetiva daquilo que deveria ser tratado apenas como objeto de estudo e/ou pesquisa.

Sabemos que Lutero não foi bem compreendido, nem mesmo pelos que apoiaram sua causa.

E quem é bem compreendido? Eu normalmente não sou, até porque, como ser humano, sou eu próprio bastante contraditório, e nós, seres humanos, costumamos simplificar tudo para compreender e no final, tudo fica mal-compreendido, porque tudo é complexo demais.

Eu penso que o pesquisador tem que estar consciente dssas coisas que subjazem à pesquisa para não se deixar influenciar por elas e, assim, fazer um estudo mais científico. Não estamos aqui para ser papagaios. Temos nossos próprios neurônios e devemos usá-los.

É isso.

Pelo que já pesquisei nas Cartas de Paulo, ele não combate a Torah, como Jesus histórico também não o fez, mas combate uma interpretação legalista da Torah.

Concordo com isso quase totalmente, só não sei se ele combate uma interpretação legalista da TORAH, acho que ele apenas propõe que o justo, o fiel, deve viver uma vida totalmente alinhada com os princípios mais fundamentais da TORAH, em perfeita justiça, em justiça que procede da intimidade dos pensamentos, dos desejos, das emoções, como fez o Jesus do Cantar do Monte, que conclui sua releitura da TORAH, a qual deslocou o pecado dos atos públicos para os pensamentos, desejos e emoções íntimas, dizendo: "sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5:48).

E ao invés de combater a interpretação legalista, ele apenas combatia a imposição, àqueles que não eram judeus, da prática de atos públicos que não opinião dele, Paulo, não refletiam de forma alguma a intimidade da mente e do coração do crente, como a circuncisão, ou a guarda estrita de dias, regras de pureza de alimentos, e outros ritualismos e cerimonialismos, preferindo dar maior ênfase nos relacionamentos e na vida em comunidade, que demanda o tal amor, de uns para com os outros, o amor ao próximo, "quem ama aos outros cumpriu a lei" (aos romanos 13:8°). Nada pode ser mais íntimo.

Por isso, eu o convido a pararmos um pouco o estudo sobre a obra de Maccoby (...)

Bem, assim fica parecendo que eu peguei tão pesado que Maccoby ficou desinteressante, pelo menos por hora, mas tudo bem.

Fico meio decepcionado porque também fica parecendo que todo o livro de Maccoby se resumia àquele frágil argumento. Mas ao mesmo tempo fico tranquilo, pois se houver algo ainda interessante em Maccoby sei que você nos trará para dissecarmos juntos.

(...) e nos deter por alguns dias sobre as Cartas atribuídas a Paulo e fazer, aos seus textos, as seguintes perguntas:

- Paulo era judeu?
- Paulo era fariseu?


Por mim está ótimo. E acho que você já sabe minhas respostas a essas perguntas.

Sei que para um verdadeiro rabino o mais importante não é a Lei, mas o princípio, o espírito, que gera a Lei. Por isso, os rabinos sempre a discutem e a interpretam.

Penso que a atitude de Maccoby não foi a de um bom pesquisador porque:

- ele tirou uma porção do texto e a separou de seu contexto narrativo.
- ele não se adentrou ao método rabínico de fazer halachá. Obviamente o exemplo da viúva, em relação ao antigo e ao novo marido, é um mashal popular, cujo objetivo é chocar o ouvinte/leitor e provocar nele a reflexão. (como o demonstrei no tópico sobre Mc 9,42, confira aqui).
Não é com uma leitura tão superficial, como a que foi feita por Maccoby, que se tem acesso à profundidade do significado desse método rabínico de argumentação. Como o Sr bem explicou no seu post, o marido antigo é o pecado, a esposa é o crente/igreja e o novo marido é a justiça/Cristo. Esse tipo de associação não é uma coisa tão óbvia como a moral das fábulas gregas. Para se descobrir essa associação é necessário um conhecimento dos procedimentos rabínicos de argumentação.


Perfeito. E da forma que você expôs agora, fica ainda mais evidente, diferente do que disse Maccoby, que Paulo era um rabino dedicado, conhecedor profundo dos métodos rabínicos, que antes de querer simplesmente impor seu entendimento, preferia chocar seus leitores, dando um nó no pensamento deles, provocando-os à meditação, para depois desatar, edificando-lhes, levando-os a um novo nível.

Espero que o Sr tope a minha proposta de descobrirmos nas Cartas ditas Paulinas se ele era judeu e se era fariseu.

Já topei.

Um grande abraço,
Gildemar
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Aíla e Gildemar

Excelente proposição.
Vou acompanhar.

E não se preocupem, aqui o meu controle é total. Lá no Yahoo embora tenha criado a Lista não me considero dono e sou e tenho que ser tolerante. Aqui não. Não admitirei nenhum tipo de atitude daquelas que conhecemos bem por lá..
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Aíla
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Oi Sr Mário
Oi Sr Gildemar

Então, só para provocar, vamos começar do mais fácil. Comparemos as seguintes afirmações:

At 21,39 Respondeu-lhe Paulo: Eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante da Cilícia; e rogo-te que me permitas falar ao povo.

Rm 11,1 Pergunto, pois: terá Deus, porventura, rejeitado o seu povo? De modo nenhum! Porque eu também sou israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.

Judeu? Benjamita?

E não se preocupem que vamos voltar a Maccoby.

Abraços
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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Aíla
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Oi
Muito movimento na Lista Jesus Histórico, não é?
Bem, então vou adiantando algumas coisas enquanto o Sr Gildemar está ocupado.

Segundo Hyam Maccoby, Paulo nunca foi judeu. Para defender essa tese, Maccoby baseia-se em supostos escritos dos Ebionitas que teriam sido suprimidos pela igreja. E se foram suprimidos, como Maccoby teria tido acesso a eles? Simples, esses escritos teriam sido preservados pelos adversários dos Ebionitas, em especial por Epifânio na obra Panarion. Foi feito um extrato de todas as citações que Epifânio faz das proposições dos Ebionitas e o nome dado para esse extrato é O Evangelho dos Ebionitas. Trata-se de um texto pequeno, são apenas algumas passagens do Panarion (30.13.1-8, 30.14.5, 30.16.4-5, 30.22.4.)
Vocês podem conferir uma versão em inglês desse texto clicando aqui

Maccoby  afirma que nesse Evangelho dos Ebionitas está escrito que Paulo levou uma vida muito diferente daquela que é mostrada no Novo Testamento apresentada pelo próprio Paulo. Os Ebionitas seriam um testemunho antigo de que Paulo não teve nenhuma educação farisaica; que era um gentio, convertido ao judaísmo e quando adulto teria vindo a Jerusalém, e se unido ao sumo sacerdote como um jagunço. Depois, decepcionado porque não foi promovido, teria rompido com o sumo sacerdote e procurado a fama fundando uma nova religião.

Vocês leram isso no Evangelho dos Ebionitas no link acima? Eu acho que Maccoby tem muito em comum com o Sr Juarez Contente.

Mas essa idéia de que Paulo não é judeu vem dos versículos que eu citei na minha postagem anterior:

At 21,39 Respondeu-lhe Paulo: Eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante da Cilícia; e rogo-te que me permitas falar ao povo.

Rm 11,1 Pergunto, pois: terá Deus, porventura, rejeitado o seu povo? De modo nenhum! Porque eu também sou israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.

E aí, Paulo era judeu ou benjamita?
Havia 12 tribos israelitas. Uma delas era a de Benjamim, outra era a de Judá. E então, Paulo se contradiz?

Em primeiro lugar, o termo Judá tem dois significados. Significava um dos patriarcas, Judá, mas significava também o Reino que era composto pelas tribos de Judá, de Benjamim e parte da tribo Levi. O termo judeu passou a ser usado depois do exílio da Babilônia para nomear um membro do Reino de Judá. Também nessa época surgiu o termo judaísmo para designar a religião do judeu.
Então o antepassado de Paulo era Benjamim, que politicamente pertencia ao reino de Judá. Paulo era judeu pela união política entre Judá-Benjamim-Levi e por religião.

Da próxima vez vou dizer de onde veio a idéia de que Paulo era gentio. Quer dizer, eu convido o Sr Gildemar para explicar esse negócio de que Paulo era judeu benjamita e cidadão romano. Vai topar?

Abraços
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Tem razão Aíla o movimento na JH está grande e bom.
Convido você a ler as duas mensagens de hoje relativa à participação exemplar de um novo membro de nome Brian.

Os arquivos como você já percebeu estão abertos novamente para quem não é membro.

Estou acompanhando com muito interesse este seu estudo, mas já te antemão informo que tenho uma quedinha pelo Maccoby.  Contente
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